O bom exemplo que parou na lama

Os professores fizeram a sua parte. Em 2011, o Colégio estadual Fábio Araripe Goulart recebeu até elogios no relatório do MEC. "Bom trabalho! Essa escola atingiu a meta prevista para 2011 e teve crescimento no Ideb em relação a 2009. Isso indica uma boa tendência de crescimento para os próximos anos. O Ideb está abaixo do valor de referência, porém com o crescimento contínuo será possível chegar lá", afirmaram  os técnicos do governo federal.

Mas a falta de estrutura na região onde o colégio fica situado, no bairro Teotônio Vilela, transformou num drama o que poderia ser, de fato, um avanço. De 2011 para cá, a escola que já chegou a ter 900 alunos registra uma das maiores evasões escolares de Ilhéus. O número já está reduzido pela metade, segundo cálculos da direção. Considerada uma escola que atende estudantes da classe "média-baixa", a unidade possui até laboratório de informática e quadra de esportes. Mas, hoje, a sua principal necessidade está, justamente, "do muro para fora" da instituição.

Uma obra mal acabada provoca lama e dificulta o acesso de alunos e professores. A iluminação é precária. A insegurança, grande. A escola é um exemplo incontestável de que educação de qualidade está diretamente ligada a intervenções governamentais que vão desde o saneamento básico à segurança pública. O que se espera, de fato, é que, um dia, nossas autoridades aprendam esta lição.